top of page

 

MACHADO, Arlindo. Máquina e Imagináiro: o desafio das poéticas tecnológicas. São Paulo: Ed. USP, 1993.

 

Em “Máquina e Imaginário”, Arlindo Machado trata das poéticas tecnológicas e define as estéticas informacionais, como uma corrente estética que tinha por base modelos matemáticos para analisar objetos artísticos, e trabalhava na confluência da teoria da informação como a cibernética, com o objetivo de tornar objetiva, racional e científica a analise estética.

 

Aplica o mesmo raciocínio de Walter Benjamin sobre a fotografia e o cinema em relação à arte produzida com recursos tecnológicos e afirma que “o problema não é saber se ainda podemos consideramos “artísticos” objetos e eventos tais como, um holograma ou ou espetáculo de telecomunicação”, o que de fato importa é perceber que a existência dessas obras e eventos colocam em xeque os conceitos artísticos tradicionais, exigindo novas sensibilidades.

 

 

Tratando da relação da arte com a tecnologia, diz que “podemos considerar a relação da arte com a tecnologia como um casamento marcado por períodos de harmonia e de crises conjugais”. (Machado, 1993, p. 24) Nesse sentido podemos dizer que desde tempos remotos a produção artística tem sida marcada por algum tipo de tecnologia, a própria noção de “estilo de época” traz implicitamente e as características da técnica de produção artística de cada período histórico. Nesse sentido podemos dizer que a relação da arte com a tecnologia é um casamento no qual ao longo da história da civilização ocidental foi marcado períodos de harmonia e de crises, especialmente com a chegada da modernidade e ao longo de todo o século XX.

 

Na opinião de Machado (1993, p. 28) “Toda arte produzida no coração da tecnologia vive, portanto, um paradoxo e deve não propriamente resolver essa contradição, mas pô-la a trabalhar como um elemento formativo.” De fato para que seja fecunda a produção artística precisa de uma certa desordem e impressão, elementos que caminham em direção contrária à produção tecnológica que necessita de uma ordem cartesiana. Sob esse aspecto a arte produzida no âmbito da tecnologia convive com esse paradoxo se alimentando desta aparente contradição.

 

Comente o pensamento de Villém Flusser sobre o papel do artista na era das máquinas que foi exposto pelo autor:

 

A partir da leitura da seguinte passagem, discuta como o paradoxo mencionado na questão 3 está relacionado com o papel do artista.

 

“Sem a intervenção desse imaginário radical, as máquinas sucumbem nas mãos dos funcionários da produção, que não fazem senão preenchê-las com “conteúdos” de mídias anteriores, repetindo em linguagens novas soluções já cristalizadas em linguagens mais antigas.” (p.28)

 

O papel do artista é antes de tudo fomentar novas experiências estéticas a partir da tecnologia de seu tempo e as máquinas são elementos de construção deses experimentos e de fomentos a novas expressões, nessa perspectiva a tecnologia acelera processos de criação e de interação com objetos e eventos ela é parte integrante, mas não é fim. Em grande parte é o meio pelo qual o artista expressa as contradições de nosso tempo, proporcionando reflexões que devolvem artistas e expectadores à vontade de produzir e fruir arte.

 

 

O que seriam as máquinas semióticas defendidas pelo autor?

 

Pelo que entendi são as máquinas dedicadas à representação do mundo, dentre elas destaca-se a câmara fotográfica, a filmadora, a televisão, o vídeo e o computador. São máquinas com dispositivos capazes de gerar imagem e estimular a imaginação. De certa forma as máquinas semióticas são instrumentos de utilizados para moldar a sociedade por meio de uma construção simbólica.

 

 

O autor aponta pelo menos duas limitações que comprometem a argumentação dos críticos da fusão arte/tecnologia. (p.36) Explique cada uma delas:

 

A primeira é a critica ao determinismo da máquina, que pode ser aplicado a qualquer processo cultural de qualquer tempo. Isto quer dizer que qualquer material ou matéria que possa ser utilizado pelo artista ira de certa forma condicionar os resultados estéticos a serem obtidos. Uma forma que se pode obter com argila é diferente de uma forma que se pode obter com a madeira.

A segunda limitação da critica é equivoco de supor que os modelos probabilísticos contidos nas máquinas e processo técnicos possam medir ou resultar em tábulas de possibilidades de expressão estética.

 

Explique as mudanças ocorridas com a arte tecnológica no que diz respeito ao papel desempenhado pelo autor na criação artística (p.33-44).

 

Com relação ao criador a arte tecnológica veio libertar o criador de obrigações de deter conhecimentos de natureza técnica em relação à reprodução de formas que possam exigir força física e habilidades motoras, como a repetição de desenhos e modelos.

 

Comente as mudanças no estatuto do receptor com o surgimento da arte tecnológica a partir da seguinte passagem:

 

“A receção é portanto incorporada ao circuito produtivo como um mecanismo de diálogo, responsável pela consistência do produto final em cada uma de suas infinitas manifestações.” (p. 40)

 

Em relação ao estatuto do receptor, temos como principal mudança a posição ativa que passa desempenhar. Sai da condição de mero espectador para ocupar o lugar de sujeito de determinadas ações, dentre de uma jogo que permite a fruição estética na participação de eventos artísticos ou imersão em situações estéticas.

 

Atividade 2.1 - Contextualização dos estudos dos media digitais em relação aos media analógicos

 

Reflexões baseadas em "O desafio das poéticas tecnológicas" de Arlindo Machado

Arte Digital e

Percursos de Formação

bottom of page