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I

Heideger inicia seu texto afirmando que trata-se de um questionamento sobre a técnica. “A técnica não é igual a essência da técnica”. Diz que questionar a técnica é perguntar o que ela é, e defende a técnica como forma de descobrimento. (Heidegger, p. 11) Portanto a palavra Technik utilizada com Techné, que tem o sentido de habilidade, ter conhecimento de saber fazer, pode permitir Aletheia, que significa verdade ou revelação do que estava oculto e resulta em Poiesis, que pode ser traduzida como arte. Tratando da técnica em diferentes tempos diz que a técnica moderna “também é um descobrimento”, e que somente considerando esse dado é que poderemos mostrar o novo na técnica moderna. (Heidegger, p.20)

 

Apresenta o que chama de essência da arte, o Ge-Stell, que visto como processo de ordenamento, permite a seleção, captura, armazenamento e distribuição dos recursos da natureza disponíveis (Bestand), vistos como coisas ou lugares em modo de espera para serem utilizados. O Ge-Stell é visto como essência da tecnologia, pois ao permitir ordenar o mundo, permite que a Technik revele através da Techné a sua essência, como um modo de revelação, desocultamento ou verdade (Aletheia).Entretanto, Heidegger, estabelece diferença entre Poiesis e Aletheia, para ele a Poiesis não considera um sistema de ordenamento (Ge-Stell) que se auto-regula, portanto, esta interação ou desafio entre natureza e homem, é um dos aspectos fundamentais na crítica à essência da arte.

 

Tais conceitos permitem-nos uma critica da arte e da essência da arte, estabelecendo parte de sua crítica ou interesse no questionamento da tecnologia moderna, que define como modo de revelação ou desencobrimento em que a verdade emerge. Finalmente estabelece os conceitos de Televisual, Imagem e Poesia. Nesse sentido nos leva a compreender a essência da técnica, da arte e da tecnologia. Portanto do ocultamento via tecnologia, leva a essência da tecnologia, que possui o mesmo modo de revelação que a Poiesis (Arte). Para ele é o poético que leva a verdade e “o poético atravessa, com o seu vigor, toda arte, todo descobrimento do que vige na beleza”. (Heidegger, p. 37)

 

HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferencias. Petrópolis – RJ: Vozes, 2001.

 

Resenha  - A Questão da técnica - Martin Heidegger

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